quarta-feira, 10 de março de 2010

Evangelho e família

(foto: Yvette Moura)

Como bem escreveu o cientista alemão Wilhelm Von Humboldt (1767 – 1835), o grau de civilização de um povo se mede pela forma como trata os animais. Nos dias de hoje, embora a humanidade tenha avançado em quesitos como tecnologia, ciência e comunicação, muitos bichos tem surpreendido pelo comportamento dócil, amoroso e solidário: muito mais civilizados do que boa parte dos seres humanos.

Uma hora é a galinha que adota um filhote de outra espécie como se fosse seu; noutra, a cadela que salva uma criança recém-nascida, jogada no lixo pela própria mãe, como se o fizesse com a cria que acabara de parir. E o cão que arriscou a própria vida para ajudar o amigo canino a sair do canal em que havia caído faz repensar a atitude de muitos marmanjos, que se comportam como verdadeiros irracionais, a contar pelo egoísmo e a violência com que tratam os seus semelhantes.

A mídia tem trazido, com espantosa freqüência, manchetes chocantes em que aqueles que deveriam proteger e cuidar, formar e educar, são os maiores responsáveis pela violência sofrida por crianças, mulheres e adolescentes. Ocorrências que acontecem, na maioria das vezes, sob o véu silencioso do lar...

Ora é o pai que espanca a esposa e abusa dos filhos, tratando-os com a ferocidade de um selvagem, ora a mãe, que, usando os filhos como joguetes de um relacionamento falido, pode até chegar ao ato tresloucado de exterminar friamente as vidas que foram geradas por si.

Também os apelos do mundo, os convites ao sexo e a sensualidade desenfreada, o assédio das drogas e da violência, a criminalidade rondando as famílias, a ilusão da fortuna e da fama fáceis, alcançadas do dia para a noite, têm criado deformidades morais inimagináveis nas personalidades mais frágeis, e gerado desvios perigosos para a juventude hodierna.

Mais do que em tempos remotos, a família nunca esteve tão carente da presença do Cristo em seu dia-a-dia quanto hoje. A Boa Nova trazida pelo singular Mestre, há mais de dois mil anos – como código de ética e filosofia de vida –, ainda é algo muito novo, para muitos, mas um guia extremamente oportuno e necessário para consertar o que parece perdido em todo o planeta.

Aqui em Maceió, no mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher (mais especificamente, fechando a semana alusiva a esse dia), a Jornada da Mulher Espírita – profundamente comprometida com a melhoria do ser e a evolução moral da humanidade – irá realizar o II Seminário Espiritismo e Transformação Social. O tema central não poderia ser mais oportuno: Evangelho e Família. Na noite da sexta (12) e durante todo o dia do sábado (13), questões relacionadas à célula mater da sociedade serão discutidas no auditório do Tribunal de Contas, no Farol.

Temas como “Pais Permissivos e Pais Ausentes”, “Gravidez na Adolescência”, “Homossexualidade” e “A Família e as Drogas” serão tratados pelo psicólogo e escritor baiano Adenáuer Novaes, o presidente da Federação Espírita do Estado de Sergipe Júlio César Góes e o médico homeopata alagoano Fernando Caldas. Todos, óbviamente, sob a ótica do Espiritismo – doutrina codificada por Allan Kardec, que apresenta Deus como “a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas” e Jesus, como “modelo e guia”, sinalizando, assim, uma nova era para a humanidade.

No meu entender, esses temas são de interesse geral, independente de raça, credo ou condição social, e quanto mais nos debruçarmos sobre eles, conhecendo todas as suas nuanças – como o predador, que observa a sua presa nos mais ínfimos detalhes antes de atacar –, maiores condições teremos de encarar o problema de frente e resolvê-lo.

Já pensou poder falar das drogas como coisa do passado e sexualidade, uma energia criadora, utilizada com amor e responsabilidade? Se você também tem esse desejo, tome uma atitude. Eu vou, e você?

2 comentários:

lis disse...

Oi Maria
Palavras apropriadas pra esse momento em que se comemora na mulher participante , guerreira e todas os outros adjetivos bonitos que nem sempre são assim taõ reais.
Que as nossas conquistas avancem em busca de uma vida mais digna e enriquecedora .
abraços

Yvette Maria Moura. disse...

que assim seja, Lis!
é o que desejo também.
bjos.
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MM.