(foto: Anselmo Neves de Moura)
Até a maturidade, há uma longa jornada a ser percorrida. Mas
muitas criaturas na Terra, mesmo após uma vida inteira de experiências, não
logram atingir esse fim e saem da “escola” praticamente com a mesma mentalidade
com que chegam.
Uma vez matriculados, as aulas irão se somando dia a dia e inúmeros
serão os professores que teremos nesse avançado processo de educação do
espírito. Mas periodicamente seremos chamados às provas, sem exceção, a fim de
avaliarmos o nosso aproveitamento ante as lições recebidas.
O ideal é que os anos marquem não só os nossos corpos, mas
também as nossas almas; que imprimam mudanças profundas, não só quanto ao
entendimento e à maneira de nos comportar, mas, especialmente, nos valores
cultuados e no campo das nossas ações.
Então as dores cortarão o excesso de ilusão e fantasia com
que acalentamos os nossos desejos e sonhos, como implacáveis instrumentos da
Lei de Ação e Reação; as frustrações abrirão janelas para a realidade; e as dificuldades
serão setas valiosas a apontar o sofrimento e as carências alheias como portais
de catarse e libertação: a alegria de viver está diretamente relacionada à ação
no bem.
Ensinamentos ininterruptos que o aluno mais atento vai saber
aproveitar se considerar espírito e matéria como instrumentos a serem
burilados; vivência e conhecimento como meios edificadores do ser; e o lar e a
escola como os ambientes mais adequados para tal.
Esta semana, dois eventos familiares me emocionaram às
lágrimas, levando-me à essa reflexão: o e-mail de Anselmo com as fotos do
primeiro dia de aula do “rapinha de tacho” da nossa família, Gabriel, e a
resposta de Tarcísio ao e-mail recebido.
Meu irmão e meu cunhado falaram de coisas complementares –
que se relacionam com a nossa passagem por este maravilhoso planeta/escola –,
através do evento histórico do meu sobrinho, chamado pelo pai de “o primeiro
dia dos próximos 20 anos”.
Mochila nas costas, lancheira nas mãos e vestido na fardinha
da escola, as fotografias mostravam um menino sorridente (por trás da chupeta
azul), revelando a extrema satisfação de dar mais um passo no seu processo de aprendizado
multimilenar.
O que inspirou Tarcísio a responder com profundidade filosófica, deixando
transparecer os raios da maturidade que começa a lhe desabrochar no íntimo
juntamente com o branquear dos cabelos.
“Anselmo, saúde – inicia, ajustando as palavras. Que a
escola complemente a formação de um cara preparado para vida. Que amigos o
cerquem com boas lições e que aceitem sua liderança nata. Que seja homem forte
e que não tenha medo de perguntar, pois as perguntas são dos atos mais
inteligentes do ser humano. Que aprenda e repasse suas experiências, que se
apaixone pelos seus mestres e valorize o conhecimento. E finalmente que jamais se
esqueça da oportunidade que foi dada por Deus e pelos seus pais de poder
estudar”.
Nascido no ano em que o irmão mais novo completou vinte
anos, Gabriel certamente traz uma missão especial a desenvolver por aqui.
E eu
não tenho dúvida de que o desvelo de seus pais, o amor dos irmãos e a
orientação dos mestres que adotar a partir de agora serão fundamentais para que
seja vitorioso nos desígnios divinos para si.
@para todos os Neves de Moura e os Borba Ferreira Gomes;
como um abraço...
Um comentário:
Lindo texto! Estamos todos ansiosos para saber como foi o primeiro dia de aula de Gabriel! (: Beijos
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