Uma imposição com interesse unilateral, que visa, basicamente, beneficiar uma marca de cerveja que está entre as principais patrocinadoras do evento.
Ponto de discórdia entre os dois órgãos, essa
medida seria um retrocesso para os brasileiros, que há muito vêm lutando contra
os males provocados, dentro e fora dos estádios, pela ingestão de bebidas
alcoolicas.
Inclusa no Estatuto do Torcedor, desde 2008, essa proibição também é referendada pela legislação de alguns Estados brasileiros, que vêm tentando exatamente diminuir o alto índice de violência entre torcedores adversários.
O pioneiro dessa iniciativa foi o Estado de São Paulo, em 1995,
quando um confronto entre sãopaulinos e palmeirenses deixou uma pessoa morta.
O mais escandaloso é que, fazendo vistas grossas a
todas essas questões, o relator da Lei da Copa, deputado Vicente Cândido, do PT-SP,
pretende fazer uso do “jeitinho brasileiro” para atender aos impositivos da Federação
Internacional de Futebol, afirmando que é só mudar a “interpretação” do Estatuto
do Torcedor.
O texto afirma que é proibido o "ingresso de pessoa com
bebidas e substâncias que possam causar a prática de atos de violência",
mas, para o digníssimo deputado, essa proibição não precisa, necessariamente,
estar associada ao álcool.
Como assim?!
Acaso esse senhor não sabe do alto índice de mortes no trânsito, por exemplo,
provocadas pela macabra associação dos alcoólicos com o volante? Números que
nem mesmo a Lei Seca, criada há três anos, tem conseguido conter...
Segundo a
revista Isto É da semana
passada, enquanto as mortes no trânsito decresceram 41% na Europa, na última
década, aqui no Brasil os sinistros tiveram um acréscimo de 40%.
Falhas na
legislação brasileira, que não obriga o teste do bafômetro; a impunidade; a
ausência de uma fiscalização contínua e tenaz; além da falta de uma educação de
base contra os alcoólicos – que são consumidos livremente, e em larga escala,
nas reuniões familiares – e de uma política de transportes coletivos de
qualidade, com preços accessíveis, de acordo com a revista, são as principais causas
dessas estatísticas.
Se no período em que o
nosso país vai multiplicar o número de turistas (vindos de todas as partes do
globo) e os ânimos estarão acirrados pelas rivalidades próprias do futebol, ou
a alegria natural dos brasileiros, nós vamos nos descuidar de um estimulante
tão perigoso quanto o álcool, conseqüências muito graves poderão surgir.
É bom ficarmos
atentos e refletir muito antes de qualquer decisão precipitada.
Pois a Copa
passa, mas as famílias ficarão destroçadas e incompletas pela incúria de
pessoas que só pensam em seus bolsos e nos lucros que certos eventos podem lhes
render.
*para saber mais, acesse:
Alcoolismo
Alcoolismo
O
alcoolismo é uma doença que afeta não só a pessoa que consome bebidas
alcoólicas. Os membros da sua família, as pessoas mais próximas, são
particularmente atingidos no plano afetivo e no seu cotidiano, sentindo-se tão
desamparados como o alcoolista.
A
dependência atinge toda a família, divide-a e isola-a do resto do mundo. Os
sentimentos, os pensamentos e os comportamentos de cada membro da família são
dirigidos para o consumo de bebidas alcoólicas pelo familiar dependente.
O
alcoolismo é, portanto, mais que um problema individual, na medida em que atinge
a família no seu conjunto, podendo ser considerada uma “doença familiar”, uma
vez que o sofrimento é do todo e não só do dependente.
A
doença só afeta a família a partir do momento em que começam a surgir os
problemas paralelos do alcoolismo como acidentes de trânsito, violência, perda
de emprego, decadência social, financeira e moral e a co-dependência, isto é, a
família se torna dependente do álcool. É uma dependência neurótica, uma doença
que provoca sofrimento e inúmeros desajustes.
Quando
esse momento chega a integração e as atividades da família passam a depender do
comportamento do dependente químico. Isso ocorre porque as pessoas em volta
tentam controlar a quantidade, freqüência e a forma com o que o usuário bebe. Na
maioria das vezes e situação se torna catastrófica e a família deve se
conscientizar e pedir ajuda psicológica e médica.
Tomar
uma atitude como a de procurar um tratamento para um membro da família é sempre
algo difícil de acontecer. Existe um grande "preconceito ou vergonha" de assumir
que possui um familiar alcoolista e essa resistência só é sobreposta quando a
situação fica insustentável e a família totalmente desestruturada.
A
família deve ser a primeira a fazer o alerta e procurar ajuda o mais rápido
possível. No princípio pode ser difícil, mas é necessário um acompanhamento
profissional para que a casa não se torne um “lar alcoólico ou disfuncional”,
onde promessas são freqüentemente esquecidas, celebrações canceladas e o humor
dos pais geralmente imprevisível, ou seja, a falta de harmonia está na mesa e
alegria de um lar fica perdida no tempo. Procure ajuda, essa é a melhor saída.
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