terça-feira, 8 de novembro de 2011

A Copa, a Fifa e o futuro dos brasileiros


Surpreendi-me, há dois dias, com a notícia da forte pressão que o Governo Federal vem sofrendo por parte da Fifa para permitir a venda de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol, e em seus arredores, durante as partidas da Copa do Mundo de 2014. 


Uma imposição com interesse unilateral, que visa, basicamente, beneficiar uma marca de cerveja que está entre as principais patrocinadoras do evento.

Ponto de discórdia entre os dois órgãos, essa medida seria um retrocesso para os brasileiros, que há muito vêm lutando contra os males provocados, dentro e fora dos estádios, pela ingestão de bebidas alcoolicas.


Inclusa no Estatuto do Torcedor, desde 2008, essa proibição também é referendada pela legislação de alguns Estados brasileiros, que vêm tentando exatamente diminuir o alto índice de violência entre torcedores adversários. 

O pioneiro dessa iniciativa foi o Estado de São Paulo, em 1995, quando um confronto entre sãopaulinos e palmeirenses deixou uma pessoa morta.

O mais escandaloso é que, fazendo vistas grossas a todas essas questões, o relator da Lei da Copa, deputado Vicente Cândido, do PT-SP, pretende fazer uso do “jeitinho brasileiro” para atender aos impositivos da Federação Internacional de Futebol, afirmando que é só mudar a “interpretação” do Estatuto do Torcedor. 

O texto afirma que é proibido o "ingresso de pessoa com bebidas e substâncias que possam causar a prática de atos de violência", mas, para o digníssimo deputado, essa proibição não precisa, necessariamente, estar associada ao álcool.

Como assim?! Acaso esse senhor não sabe do alto índice de mortes no trânsito, por exemplo, provocadas pela macabra associação dos alcoólicos com o volante? Números que nem mesmo a Lei Seca, criada há três anos, tem conseguido conter...

Segundo a revista Isto É da semana passada, enquanto as mortes no trânsito decresceram 41% na Europa, na última década, aqui no Brasil os sinistros tiveram um acréscimo de 40%. 

Falhas na legislação brasileira, que não obriga o teste do bafômetro; a impunidade; a ausência de uma fiscalização contínua e tenaz; além da falta de uma educação de base contra os alcoólicos – que são consumidos livremente, e em larga escala, nas reuniões familiares – e de uma política de transportes coletivos de qualidade, com preços accessíveis, de acordo com a revista, são as principais causas dessas estatísticas.

Se no período em que o nosso país vai multiplicar o número de turistas (vindos de todas as partes do globo) e os ânimos estarão acirrados pelas rivalidades próprias do futebol, ou a alegria natural dos brasileiros, nós vamos nos descuidar de um estimulante tão perigoso quanto o álcool, conseqüências muito graves poderão surgir. 

É bom ficarmos atentos e refletir muito antes de qualquer decisão precipitada. 

Pois a Copa passa, mas as famílias ficarão destroçadas e incompletas pela incúria de pessoas que só pensam em seus bolsos e nos lucros que certos eventos podem lhes render.

*para saber mais, acesse:
Alcoolismo

O PERIGO DO ALCOOLISMO DENTRO DE CASA.


O alcoolismo é uma doença que afeta não só a pessoa que consome bebidas alcoólicas. Os membros da sua família, as pessoas mais próximas, são particularmente atingidos no plano afetivo e no seu cotidiano, sentindo-se tão desamparados como o alcoolista.
A dependência atinge toda a família, divide-a e isola-a do resto do mundo. Os sentimentos, os pensamentos e os comportamentos de cada membro da família são dirigidos para o consumo de bebidas alcoólicas pelo familiar dependente.
O alcoolismo é, portanto, mais que um problema individual, na medida em que atinge a família no seu conjunto, podendo ser considerada uma “doença familiar”, uma vez que o sofrimento é do todo e não só do dependente.
A doença só afeta a família a partir do momento em que começam a surgir os problemas paralelos do alcoolismo como acidentes de trânsito, violência, perda de emprego, decadência social, financeira e moral e a co-dependência, isto é, a família se torna dependente do álcool. É uma dependência neurótica, uma doença que provoca sofrimento e inúmeros desajustes.
Quando esse momento chega a integração e as atividades da família passam a depender do comportamento do dependente químico. Isso ocorre porque as pessoas em volta tentam controlar a quantidade, freqüência e a forma com o que o usuário bebe. Na maioria das vezes e situação se torna catastrófica e a família deve se conscientizar e pedir ajuda psicológica e médica.
Tomar uma atitude como a de procurar um tratamento para um membro da família é sempre algo difícil de acontecer. Existe um grande "preconceito ou vergonha" de assumir que possui um familiar alcoolista e essa resistência só é sobreposta quando a situação fica insustentável e a família totalmente desestruturada.
A família deve ser a primeira a fazer o alerta e procurar ajuda o mais rápido possível. No princípio pode ser difícil, mas é necessário um acompanhamento profissional para que a casa não se torne um “lar alcoólico ou disfuncional”, onde promessas são freqüentemente esquecidas, celebrações canceladas e o humor dos pais geralmente imprevisível, ou seja, a falta de harmonia está na mesa e alegria de um lar fica perdida no tempo. Procure ajuda, essa é a melhor saída.


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