Como bem concluiu Cícera, quando me viu distraída, quase
esquecendo de deixá-la no ponto combinado da “carona”, nossa mente é ligeira e
voluntariosa: “De repente, ela muda de conversa”!
Como uma antena de alta potência, a todo instante estamos
bombardeando e sendo bombardeados pelo pensamento, interferindo e recebendo
interferências mentais de variados estados e frequências.
Ora são lembranças que assomam do subconsciente, emergindo de
um passado distante ou recente, ora velhos hábitos querendo voltar: o “Homem
Velho” dos textos evangélicos insistindo por ditar as regras do ‘agora’.
Assim como inimigos de velhas “batalhas” cobrando contas que
deixamos ‘em aberto’; e as ditas “amizades” convidando-nos a velhas, e
equivocadas, práticas.
Também o que captamos da psicosfera* a todo instante, no entrechoque
invisível de mensagens subliminares, de fora para dentro e de dentro para fora;
assim como as nossas preocupações, frustrações, desejos, ilusões...
Mas também as lições edificantes da infância e o código
divino inscrito em nossa consciência, alertando-nos sobre as decisões, ou
atitudes, que estamos prestes a tomar; o bom combate estabelecido interiormente,
colocando em ‘xeque’ o mal que ainda nos apraz; as boas sugestões dos amigos
espirituais; sentimentos de fé e esperança da coletividade cristã...
Um emaranhado de pensamentos e interesses nos visitam, e são
emitidos por nós a todo instante, dentro e fora dos limites do tempo e do
espaço, através deste sofisticado instrumento de última geração – emissor,
receptor, transmissor, repetidor, transformador e criador (tem mais?) –,
chamado ‘mente’.
Quando estamos insulados na carne, atua no cérebro;
desencarnados, expressa-se pelo períspirito numa mecânica tão aquém da nossa
compreensão que nos limitamos a fazer conjecturas e tecer conceitos débeis e infantis
para tentar explicar um pouco do grande poder da mente.
Mas de tudo isso, o que mais importa, de fato, é saber o que
fazer com tanto poder dentro da gente. Esta força que tanto pode nos erguer e colocar
de volta à marcha, quanto fazer despencar aos mais tenebrosos infernos.
Há que ter cuidado, então, com as potências da alma. E trazer
sempre à mão as rédeas desse poderoso instrumento para que nenhuma
interferência, especialmente de natureza deletéria e doentia, tenha mais poder sobre
a nossa vontade do que nós outros.
Há que criar hábitos higienizadores da mente e limpá-la com frequência,
com a boa leitura, a meditação e a prece, antes que pensamentos perturbadores se
instalem, sorrateiros, gerando desordem e desequilíbrio em nosso psiquismo.
Porque, como alertam os amigos espirituais, o mal não
consiste em sermos visitados pelas ideias más, mas em darmos guarida a elas na
mente. Cultivar pensamentos salutares e conversas positivas e de conteúdo
edificante são imprescindíveis para a saúde integral.
Assim como a antiga proposta do ‘conhece-te a ti mesmo’ e do
exercício contínuo de ‘amar ao próximo como a si mesmo’ devem ser cultivados
diariamente, como capsulas de profilaxia contra a distração e a invigilância,
que nos deixam à mercê de invasões mentais ou pequenos desvarios pessoais, sobre
este ou aquele assunto, que podem gerar consequências funestas.
Dirigir o carro da mente nos dias atuais, requer mais do que
atenção ao condutor hábil. É preciso saber aonde vai; e sintonizar a mente nas
frequências mais altas. Porque estamos num momento de muitos convites e inúmeras
distrações.
*Psicosfera é um termo usado pelo Espírito André Luís, para designar um campo de emanações eletromagnéticas que envolvem o ser humano, individual e coletivamente, formando uma espécie de meio ambiente espiritual.
Um comentário:
Grande verdade.
Zaney Gonsalves
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