quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Silêncio!

Silêncio...

O silêncio é essa hora em que tudo se acalma em nosso lar e a paz reina. E enquanto as meninas dormem e o cãozinho ressona à porta do quarto, vagueio com a noite mundo a fora. Faço minhas leituras. Escrevo meus escritos. Ou apenas deito e me deixo ser tomada pelo cansaço: mundos e encontros me esperam. E eu tenho a noite inteira para passear em meio às estrelas.

E o silêncio é o senhor que fica, habitando todos os cômodos da casa...

Como um mestre sem cerimônias, vasculha minha cozinha, toma um copo d'água, dá voltas pela sala, olha o meu jardim e se esparrama atrevido na minha espreguiçadeira (aquela que dei de presente!).

Apaga as luzes, acende as velas, põe uma música da Nova Era e relaxa, descansado, numa prazerosa vigília: a noite é apenas uma criança!

Nas minhas viagens fora de casa, é dessa hora que eu sinto mais falta. Pois essa é minha hora sagrada; merecida. Companheira mais que esperada: só minha! Trabalho o dia inteiro, corro contra o relógio, faço malabarismo e milagres na administração do meu tempo. Mas parece que só faço isso tudo para ter direito ao finalzinho da noite: o estar comigo.

O momento em que abro a porta e deixo entrar sorrateiro o companheiro fiel de todas as madrugadas: ser irmão do tempo, filho da harmonia, amo-te! E te amo como quem ama a si mesmo; como quem agradece a Deus por todas as fazes da lua, por todas as estações, pela brisa, pela noite... Pela temporada de chuvas!

Amo-te como companheira inseparável da minha solidão: amiga de todas as horas. E eu prescindo do silêncio como do próprio ar; como da água fresca em dias de sol intenso; como do temporal em dias de descanso... Como prescindo de mim mesma.

Porque é em momentos como esse que eu me olho por dentro e transcendo, buscando o Amor Maior. Em que repasso o meu dia ou os pontos que deixei em aberto ao longo da vida. O que pode ser feito para que se fechem? Para que vire a página e eu possa escrever um novo episódio da minha existência? Para que eu seja melhor?

O silêncio é um divino recurso para mim; nutritivo alimento para a alma. É diante dele que eu me reabasteço de fé e alegria. E compartilho estórias de esperança, enquanto estou a caminho, como diz o Mestre.

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