segunda-feira, 3 de setembro de 2007

Ainda falando sobre a vida...

Ainda falando sobre a vida, aproveito para convidar o leitor a abrir bem os olhos para a iminência do compromisso coletivo que nós brasileiros estamos prestes a assumir se o Congresso Nacional legalizar a prática do aborto em nosso país, a exemplo do povo português, que se deixou cair nessa armadilha e hoje lamenta.

Lá, o projeto assassino só passou por que a sociedade civil não teve voz suficiente para impedir a consumação do ato. Aqui, o país mais espiritualizado do mundo não pode permitir que ativistas inescrupulosos, disfarçados de mantenedores da vida, manipulem a opinião pública com dados imprecisos sobre a mortalidade materna para fortalecerem interesses egóicos que mais patrocinam a morte.

Também não podemos nos deixar levar pela argumentação tendenciosa e excessivamente prática dos políticos que pleiteiam a legalização de um crime como resolução para os problemas crônicos que as políticas públicas não conseguem resolver. Talvez porque eles precisem de um sistema de saúde capenga para prometer, em seus discursos cheios de falácias, uma assistência social de melhor qualidade para a população, a exemplo do que fazem com relação à seca...

Os valores estão invertidos! Se o aborto for aprovado, aí sim, teremos um sério problema de saúde pública, como apontam os seus porta-vozes. A psicóloga Teresa Cristina, do Hospital das Clínicas de São Paulo (em entrevista à revista Época), alerta que o impacto do aborto na saúde da mulher é devastador, predispondo-a à depressão e à idéia de auto destruição.

Além do mais, as professoras titulares dos departamentos de Biofísica e Biomedicina da Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP), doutoras Lílian Piñeiro Eça e Alice Teixeira Ferreira, afirmam que “não existe aborto seguro”, mesmo que ele seja realizado em clínicas luxuosas com todo rigor de assepsia, pois sempre podem gerar repercussões negativas para o aparelho reprodutor feminino.

Que me desculpem aqueles que, para dar vazão ao prazer sem rédeas ou fortalecer alguns conceitos equivocados, pregam que “ser dona do próprio corpo” significa poder decidir sobre a vida ou a morte de um futuro filho através do aborto. A quem enganam com tamanho disparate? Quem garante que o ser indefeso que hoje pede guarida não venha a ser, exatamente, a mão amiga que apoiará essa mãe na velhice e nos dias sombrios de sua existência, como tantos casos que existem, mas não são divulgados pela mídia?

E a menina Marcela de Jesus, portadora de anencefalia, cujos pais se negaram a abortar? Ela vem contrariando os prognósticos médicos para casos semelhantes, cujo tempo de vida não passa de horas ou dias. Prestes a completar um ano (20 de novembro), Marcela é hoje a prova viva de que a vida independe da nossa vontade. “Ela não é minha e sim de Jesus. Vou cuidar dela até que Ele venha levá-la de mim”, declara a mãe da menina, Cacilda Galante Ferreira, em seu diário.

Aqui em Alagoas, a sociedade civil já está se organizando para dizer NÃO à legalização do aborto. Reuniões semanais estão acontecendo toda quarta-feira à noite, no Lar São Domingos. Vamos lá, abracemos a causa da vida e lutemos por ela! Homens, mulheres, sejamos a voz daqueles cujo grito ainda não pode ser ouvido, mas que, desde a concepção, clama pelo direito de viver!

Quando é que vamos nos conscientizar de que não somos “filhos da matéria” vivenciando, esporadicamente, experiências espirituais, mas seres espirituais estagiando na matéria? Até quando aceitaremos como resposta para o avanço do mal sobre a terra, a timidez dos bons? Até quando lavaremos as mãos, como fez Pilatos?

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