sábado, 1 de março de 2008

Fé em Deus e pé na estrada!

Neste Carnaval ficou bem claro para mim que Maceió está se firmando, cada vez mais, como uma opção para quem deseja fugir da folia e do estresse dos grandes centros. Quem ficou por aqui pôde ver a quantidade enorme de turistas que ocupou a cidade, enquanto boa parte de seus habitantes aportou nas praias circunvizinhas ou rumou para Salvador ou Recife em busca do agito que aqui não havia.

O que se viu foi famílias inteiras se refestelando nas águas azuladas das praias maceioenses ou se refrescando com a brisa vespertina em relaxantes passeios à beira-mar, o que me lembrou de quando aqui cheguei, há treze anos, em busca de qualidade de vida e um mercado de trabalho mais desafogado. Vinha da efervescente Recife, que ainda não apresentava um número tão alto nas estatísticas de criminalidade, mas já preocupava pelo concorrido mercado de trabalho e pelos constantes engarrafamentos e racionamentos de água.

Com tantas áreas ainda para serem exploradas, achei Maceió um paraíso, embora sentisse muita falta de maiores opções de lazer para a família. Também me ressentia com o jeito arredio e um tanto quanto arisco dos alagoanos receberem – muito fechados em si mesmos e em seus grupos – os “forasteiros”.

Agora, completamente ambientada ao modo de vida alagoano, percebo, com tristeza, que já não temos mais a mesma liberdade de caminhar pelas ruas a qualquer hora, como fazíamos antes. Maceió – embora ainda represente um lugar de tranqüilidade para quem vem de fora –, já começa a ganhar ares de cidade grande, principalmente no clima de insegurança que tomou conta da população.

Para desopilar, ao final de uma semana exaustiva de trabalho, então, nada melhor do que buscar um desses cantinhos esquecidos da civilização que ainda existem no belo território das Alagoas. Que o diga minha amiga Elódia, que literalmente se esconde no povoado de Duas Barras, pertencente ao município de Jequiá da Praia, no seu período de férias.

Recentemente, atribulada de atividades e compromissos, eu fui obrigada a recusar o “irrecusável” convite para passar o final de semana em sua casa de praia. No domingo, no entanto, diante dos apelos de Maya, resolvi, na segunda metade do dia, me aventurar com as meninas a “desbravar” o litoral sul e fazer uma visita a Eló.

Pegamos a estrada rumo a Jequiá, usando como guia apenas um pequeno mapa desenhado pelo Jean, o primogênito de Eló, e o espírito aventureiro, que nos impulsionava a seguir sempre em frente. Chegamos a Duas Barras por volta das quatro horas e, para nossa surpresa, o lugar não passava de uma fileira de casas na rua principal e outra às margens do rio Jequiá. Gente simples, lugar paradisíaco – como havia idealizado –, tomamos banho vendo o sol se pôr detrás do coqueiral, exatamente no ponto em que se encontram as águas do rio com o mar.

A casa de Elódia foi outra grata surpresa: estilo colonial, com amplos cômodos e largas janelas à frente, além de um quintal cheio de fruteiras, a construção tem um aprazível terraço lateral com várias redes armadas, onde tudo chama ao descanso e à madorna. Sem falar na hospitalidade ‘nota dez’ da anfitriã...

Conversamos e rimos bastante, acompanhadas por outra convidada, e também jornalista, Silvinha Spencer, até que finalmente nos despedimos, ao cair da tarde, tomando o rumo de casa. Na estrada, Maya e Jade riam à toa, felizes com o passeio inesperado. Sentindo-me profundamente agradecida e relaxada, como se tivesse realmente saído da cidade por um fim de semana inteiro, ouvi da caçula o que seria a dica para outros domingos: “Até parece que estamos voltando das férias!”

Agora, eu já sei o que fazer para oxigenarmos a mente, ao final de uma semana exaustiva, sempre que nos for possível: é pegar o carro, manter a fé em Deus e cair na estrada!

Nenhum comentário: