quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Pelas vias da comunicação...

Tudo começou com Adão, que, segundo Mário Zambujal no seu “A Mais Velha Profissão do Mundo”, foi o primeiro jornalista do Planeta, tendo aproveitado a chegada de Eva (e a natural curiosidade feminina) para a deixar informada sobre tudo o que havia no paraíso.

Segundo a história, no entanto, os primeiros comunicadores do Globo foram os pré-históricos, que, para registrarem a sua passagem pela Terra ou indicarem “o caminho das pedras” aos que viriam à retaguarda, usaram as paredes das cavernas e os seus tetos rochosos para contar as suas histórias, cheias de aventura e heroísmo, num tempo em que matar era uma mera questão de sobrevivência.

Mesmo antes da escrita, os primeiros representantes da raça humana deram notícia do seu tempo e das suas atividades – 40 mil anos antes de Cristo – através das pinturas rupestres. Com essa prática, acreditam os antropólogos, os homens das cavernas não apenas registravam o seu cotidiano, mas imprimiam em cada desenho – feito com sangue, argila e excremento de morcegos – a alma do animal, que ali ficava preso, proporcionando-lhes sorte nas caçadas.

Na Idade Média, a figura dos arautos surge – fazendo proclamações solenes, transmitindo mensagens, declarando guerra, anunciando paz – para realizar a mesma tarefa de informar às massas sobre os acontecimentos que, de uma forma ou de outra, lhes diziam respeito.

Na atualidade, jornalistas e radialistas do mundo inteiro lutam contra o tempo para apurar os fatos diários, redigir as matérias e publicar em tempo hábil os assuntos que mais marcaram o dia. Sobressaem quase sempre os acontecimentos mais escandalosos e policialescos, que vendem jornal e dão ibope aos programas radiofônicos e televisivos. Seja como for, em qualquer que seja a época analisada, uma coisa é fato: a comunicação social tem sido uma necessidade para o homem desde os tempos imemoriais.

Através dela, coisas importantes foram trazidas à apreciação da humanidade, alcançando a importância e a força necessária para transformar a sociedade e a criatura humana a partir da reformulação do seu modo de pensar. Desde o princípio, por exemplo, a espiritualidade esteve intimamente ligada à comunicação social, e Jesus de Nazaré é o que se pode chamar de “o mais excelente dos comunicadores”.

Desde o Antigo Testamento, a sua vinda era anunciada pelos profetas – homens cuja força moral e espiritual estava muito acima da média daquela época. Um dos maiores esforços dos profetas, por exemplo, era acabar com a idolatria em Israel, que vivia sob o julgo do império romano.

Com o advento do Cristo e o seu poder quase hipnótico de comunicar a Boa Nova de que era portador, toda a lei e os profetas foram resumidos a dois únicos e semelhantes mandamentos: amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo. Abatido o corpo, não se matou o Espírito nem a sua mensagem, e Jesus dividiu a história da humanidade entre antes e depois. Até hoje, jamais outro ser foi tão comentado e estudado quanto Ele.

Nos dias atuais – tendo abraçado a maravilhosa, mas também ingrata missão de comunicar através do jornalismo – tenho me perguntado, com frequência, sobre o que estou fazendo com os talentos de que fui dotada pelo Criador e como tenho utilizado os meios de que disponho para melhorar o mundo.

Espírita convicta, tenho procurado divulgar os postulados desta singular doutrina em tudo o que escrevo e, assim fazendo, não penso em conquistar adeptos para o Espiritismo, mas desejo despertar consciências para o bem e para tudo o que verdadeiramente importa nesta existência.

Tenho aprendido que o sobrenome que ostentamos, o cargo que ocupamos, os nossos bens, nada tem valor se não nos despedirmos deste plano moralmente melhor do que quando aqui chegamos. E os “talentos”, amigo, são os elementos de que fomos dotados para fazer o bem. Pensemos nisso!

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