quarta-feira, 1 de junho de 2011

Para jamais morrer...

(foto: Yvette Moura)

Embora tenha se acentuado bastante, de uns tempos para cá, a preocupação do homem com o meio ambiente remete à Grécia Antiga, quando filósofos como Hipócrates e Aristóteles já faziam os primeiros registros de observações sobre a história natural.

Estudos mais aproximados do contexto moderno, como a Ecologia, no entanto, só começaram a ser desenvolvidos a partir de 1700. Mas em todas as épocas, os mais sensíveis e sábios sempre demonstraram real interesse pela natureza, reconhecendo na interação harmoniosa dos ecossistemas a vocação natural do nosso planeta para a manutenção da vida humana.

Francisco de Assis, no século 13, é um dos maiores exemplos de consciência ecológica de que se tem notícia, sem que a preservação do ambiente sequer fosse um tema suscitado pelos homens daquela época.

A profundidade com que enxergava os outros seres da natureza, inclusive os astros, extrapolava de tal sorte a compreensão do vulgo que muitos episódios protagonizados por ele chegaram aos nossos ouvidos na forma de lenda.


Quem não conhece, por exemplo, o encontro magistral desse santo homem com o lobo que ameaçava determinada aldeia? O potencial de amor que ele tinha era tão grande que o levou a se comunicar com o animal selvagem numa linguagem cósmica, sendo completamente compreendido por ele.

“O ser consciente – propõe Joanna de Ângelis em livro homônimo – percebendo-se instrumento da vida, que faz parte da harmonia do Universo, [...] já não luta contra as coisas, mas luta pelas coisas, que aprende a selecionar e qualificar, abandonando, por superação, as paixões dissolventes e fixando os valores que enobrecem”.

“Agigantando-se a consciência, o ser alcança a paranormalidade superior e inter-relaciona-se com os seres de faixas espirituais mais elevadas, vivendo no corpo e fora dele em plenitude”, continua a Veneranda, fazendo-me lembrar desses dois “cisco de Deus”, como se apresentava Chico Xavier: o de Assis e o de Uberaba.

Chico, que tinha o hábito de conversar com as rosas do seu quintal, confessou certa vez ao médium Divaldo Franco que fizera um apelo às células do próprio aparelho genital – no período de eclosão hormonal, próprio da juventude –, para que se “acalmassem”, a fim de que ele pudesse dar cumprimento à sua missão, que exigia castidade.

“O mundo – esclarece Joanna –, examinado sob a ótica teológica à luz da psicologia profunda, é um educandário de desenvolvimento dos recursos espirituais do ser em trânsito para o reino dos Céus”.

Como não protegê-lo, então? Como não cuidar com carinho deste barco-escola que nos abriga a viagem cósmica a caminho da luz? Afinal, se o retorno nos é necessário – até que o aprendizado integral se faça –, não será mais prudente deixar “a casa arrumada” para que nos acolha a contento numa experiência próxima?

“Como fazer” os ambientalistas já nos vem ensinando desde que o assunto se tornou uma preocupação mundial, na conferência das Nações Unidas, em 1972. O que falta é o compromisso de cada um na conquista de si mesmo, como diz Joanna em O Ser Consciente. Reconhecendo-nos partes da Natureza, cabe-nos o “querer para ser”; o “esforçar-se para triunfar”, o “viver para jamais morrer”...




@para o amigo Deraldo Francisco,


que me confessou o desejo de ler uma reflexão mais profunda sobre a importância do meio ambiente.

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