terça-feira, 17 de abril de 2012

O homem, a obra e os nossos destinos



Ele era um pedagogo bem conceituado, com notáveis referências como educador, tendo, inclusive, sido aluno de Pestalozzi e, àquela altura, já havia publicado várias obras na área da educação. 

Notoriedade, portanto, não era o que lhe faltava.

Também não jogava para o alto todas essas conquistas nem os sólidos conhecimentos que possuía, mas utilizara-se de toda sua inteligência para se aprofundar numa questão séria, que todos, à época, lidavam com leviandade.

Estudioso e com formação voltada ao raciocínio analítico – num século de grandes debates e discussões filosóficas, em que o espírito crítico fora hipertrofiado em detrimento das questões religiosas –, chegou a sugerir uma conexão do magnetismo com os fenômenos que observava.

Para sua surpresa, e aguçando ainda mais a sua capacidade de observação, percebeu que há certos tipos de fenômenos que escapam às possibilidades da ação magnética. 

Forçosamente teve que reconhecer a predominância de uma força superior, descortinando-lhe novos horizontes a partir das relações com o elemento espiritual.

A movimentação de objetos – fenômeno que ficou conhecido como “mesas girantes” – havia se espalhado pela Europa, e estava sendo utilizada apenas como objeto de diversão e frivolidade nas rodas sociais quando o professor lionês Hippolyte Léon Denizard Rivail tomou conhecimento delas e passou a estudar o fenômeno com acuidade e real interesse científico.

No dia 18 de abril de 1857, há exatos cento e cinqüenta e cinco anos, veio à lume o mais amplo tratado filosófico, científico e religioso de que se tem notícia até hoje. 

Ao estudo foi dado o nome de Doutrina Espírita, Doutrina dos Espíritos ou Espiritismo.

Naquele dia, nascia também para o mundo a personalidade de Allan Kardec, pseudônimo utilizado pelo professor francês para não macular de forma alguma o conteúdo profundo de que era portador, nem sugerir qualquer idéia de personalismo associando-o a si.

Nos livros que formam o chamado “Pentatêuco Kardequiano”, o codificador, como é reconhecido pelos espíritas, sempre fez questão de frisar a autoria dos espíritos. 

Uns, personalidades bem conhecidas pelos homens – João Evangelista, Santo Agostinho, São Vicente de Paula, São Luís, Sócrates, Platão, Fénelon –; outros, nem tanto, como O Espírito da Verdade, Joanna de Ângelis e Emmanuel, entre outros. 

Mas todos indubitavelmente motivados pelo grande propósito divino da melhoria moral e espiritual da humanidade.

“Para coisas novas precisamos de palavras novas”, iniciou Kardec, na introdução da obra basilar da Doutrina Espírita. Foi então que surgiram os neologismos “espiritismo”, “espírita” e “espiritista”, para se referir à nova doutrina e os seus seguidores. 

Antes de Kardec, falava-se em espiritualismo e neo-espiritualismo para interpretar os fenômenos espirituais, que sempre existiram.

Nestes 155 anos, muitas vidas foram restauradas pelo Espiritismo. Suicídios abortados, sofrimentos atrozes foram extintos, e mentes ignorantes e ociosas encontraram o seu “norte” nos postulados espíritas. 

De minha parte, sou profundamente grata a Deus, a Jesus e a Kardec pela doutrina maravilhosa que nos legaram e que, ainda hoje, continua libertando consciências.

@ artigo publicado em O Jornal, nesta quarta-feira, 18 de abril de 2012.

2 comentários:

Anônimo disse...

Querida escritora dos meus textos preferidos. Adoro ver vc sorrir. Abrs e bjs.
Bezerra Neto

Anônimo disse...

Yvette,
O seu artigo foi publicado no site: www.palmeiraespirita.com.br
Grato mais uma vez.
Geraldo Martins