sábado, 29 de setembro de 2012

Aqui, como lá fora...


  Ele jamais pregou o sectarismo, mas a união, a concórdia e a caridade
Uma hora é aquele acontecimento inesperado, que nos tira o chão dos pés e muda a nossa rotina numa guinada de trezentos e sessenta graus; outra hora a partida de um ente querido nos coloca de ponta-cabeça e deixa a existência, de um dia para o outro, sem nenhum sentido. De repente, somos arrastados pelas tempestades como se nada tivesse o poder ou a força de evitar as nossas lágrimas.
Mas aqui e acolá também somos surpreendidos por situações outras que nos levam a crer no amor incomensurável do Criador, fazendo-nos sentir os seres mais privilegiados da Criação...
É aquele negócio tão sonhado, que vem às nossas mãos como um presente, enchendo-nos de intensa alegria; é um novo membro da família que chega, renovando as nossas esperanças de futuro e de continuidade; é o atraso involuntário que acaba nos livrando de um trágico acidente; são os minutos a mais no trabalho, que nos impedem de ir ao cinema justo na noite em que um franco atirador invade a sala de exibição e atenta contra a vida dos presentes...
São histórias que se repetem, ora levando à crença da presença divina em nosso cotidiano ora gerando dúvidas sobre a justiça de Deus, que deve ser igualitária para todos os filhos Seus.
Os percalços da existência têm levado o homem constantemente a oscilar entre o sentir-se prestigiado e o acreditar-se preterido pelo Pai da Vida. No meio desses eventos, a dúvida se instala na mente dos mais fracos e infantis, deixando-os inquietos, medrosos e egoístas.
Onde estava Deus quando tudo aconteceu? Perguntam, rebeldes. Acaso se ocupara tanto dos felizes que se esquecera de olhar pelos que estavam em situação de risco e vulnerabilidade? Insistem, provocadores. E o que vemos é uma total desinformação sobre a dinâmica da vida, os propósitos da existência corpórea e a própria compreensão sobre o Criador.
Na verdade, o que ainda se pratica, em larga escala, é o velho sistema de divindade tribal, em que cada grupo acredita que o “seu Deus” é melhor e mais poderoso do que “o Deus do outro”, postergando para mais adiante a salutar experiência da família universal, à qual todos fazemos parte.
Ainda hoje se mata em nome desse deus, e se cultiva o preconceito, que nunca, em tempo algum, foi incentivado por aquele a partir de quem o Cristianismo foi criado. Ao contrário, Jesus quebrou diversos paradigmas daquela época, quando andou em meio à gente simples, entre homens e mulheres “de má vida”, curando lunáticos e leprosos, e pregando o amor ao próximo sem qualquer distinção de raça, grupo social ou segmento religioso.
Ele, modelo e guia da humanidade, como afirma Santo Agostinho em O Livro dos Espíritos, jamais pregou o sectarismo, mas a união, a concórdia e a caridade. E apresentou à humanidade a “palavra átomo”, segundo o professor Herculano Pires, que faz de nós um imenso corpo social, quando se refere a Deus como “‘Pai’ Nosso”.
Deus está, sim, em cada um de nós, assim como em toda a Natureza, e participa dos mais ínfimos aos maiores acontecimentos de nossas vidas, especialmente quando agimos com o desejo sincero de muito nos amarmos, como convidou o Cristo.

3 comentários:

Anônimo disse...

Muito lindo o texto, parabéns.

Anônimo disse...

acabei de te abraçar e li esse texto que me emocionou. realmente, deus se preocupa com os "detalhes", pois é nos pequenos sonhos que formamos a felicidade mais duradoura, que levamos para a vida eterna. um novo abraço em ti rs.

Daiane.

Anônimo disse...

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