18 de abril de 1857. Há 157 anos,
no Palais Royal, em Paris, veio a
lume a obra cujo conteúdo viria instituir um novo momento para a Humanidade.
O
Livro dos Espíritos, contendo àquela época 501 itens, era o fruto de um
trabalho profícuo e tenaz do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail sobre o
chamado “fenômeno das mesas girantes”
– manifestações espontâneas em que mesas de madeira maciça giravam no ar para responder às perguntas dos curiosos em torno a partir de batidas produzidas no chão por um de seus pés.
– manifestações espontâneas em que mesas de madeira maciça giravam no ar para responder às perguntas dos curiosos em torno a partir de batidas produzidas no chão por um de seus pés.
Uma batida,
sim; duas batidas, não – uma brincadeira semelhante àquela do copo, só que numa
dimensão muito mais avantajada, bastante difundida por toda Europa, em meados
do século XIX, como espetáculo de diversão entre os frequentadores da corte.
Estudioso
do magnetismo, ao ser insistentemente convidado por um amigo o pedagogo teve
contato com aquele “fenômeno de efeito físico”, pondo-se a estudá-lo com
afinco, após esgotar todas as possibilidades que o seu espírito cético e crítico
de pesquisador lançou mão para justificar os estranhos acontecimentos.
Se possui
causa inteligente, deve haver um propósito mais inteligente nisso do que puramente
servir à diversão humana, pensou.
E como um cientista em seu laboratório, Rivail
elaborou perguntas com profundo teor filosófico, inspirado nos questionamentos
existencialistas de sua época. A primeira delas, “Que é Deus?”.
Sem o aparato
dos grandes espetáculos dos fenômenos iniciais, mas na intimidade do lar de
pessoas simples e honestas, os trabalhos do professor foram iniciados através
da mediunidade de duas jovens, Caroline e Julie Boudin (com 16 e 14 anos,
respectivamente), supervisionadas pelos pais.
Mais tarde, já no processo de revisão do livro, juntou-se a elas a senhorita Celine Japhet, de apenas 18 anos.
Mais tarde, já no processo de revisão do livro, juntou-se a elas a senhorita Celine Japhet, de apenas 18 anos.
Adotando um pseudônimo para diferenciar dos trabalhos acadêmicos que
houvera publicado até ali, Allan Kardec nunca se apresentou como responsável
pelo conteúdo da obra, mas como codificador:
alguém que cumprira a tarefa árdua e metódica, mas imprescindível, de elaborar as perguntas, analisar as respostas e relacioná-las por temas, sub-temas e tópicos, contribuindo algumas vezes com comentários que explicam como tudo aconteceu e contextualizam os ensinos dos Espíritos.
alguém que cumprira a tarefa árdua e metódica, mas imprescindível, de elaborar as perguntas, analisar as respostas e relacioná-las por temas, sub-temas e tópicos, contribuindo algumas vezes com comentários que explicam como tudo aconteceu e contextualizam os ensinos dos Espíritos.
Aliás,
é a eles, os Espíritos, que Kardec credita os postulados da novel doutrina. E é
aí – na obra que foi ampliada para 1019 perguntas e respostas a partir da
segunda edição, em 1860 –, que se encontram os princípios doutrinários do
Espiritismo
“sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as Leis Morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade”, segundo o ensinamento dado pelos Espíritos Superiores, com o auxílio de diversos médiuns.
“sobre a imortalidade da alma, a natureza dos Espíritos e suas relações com os homens, as Leis Morais, a vida presente, a vida futura e o porvir da Humanidade”, segundo o ensinamento dado pelos Espíritos Superiores, com o auxílio de diversos médiuns.
Este foi o primeiro de uma série de cinco
livros editados pelo pedagogo sobre o mesmo tema, cada um se aprofundando mais sobre
um assunto específico, apresentado no Livro dos Espíritos, e dando origem assim
à Codificação Espírita:
O Livro dos Espíritos, O Livro dos Médiuns, O Evangelho
Segundo o Espiritismo, O Céu e o Inferno e A Gênese.
O Livro dos Espíritos é
uma obra subdividida em quatro livros, como habitualmente eram divididas as
obras filosóficas daquela época, abordando respectivamente: 1 – Das causas primárias;
2 - Do mundo dos Espíritos; 3 – Das leis morais; e 4 – Das Esperanças e
consolações.
Instituída a data no Brasil, como o Dia do
Livro Espírita, anualmente os espíritas homenageamos os esforços daqueles que
doaram a sua vida para que esta doutrina viesse a lume e alcançasse os seus
edificantes objetivos junto à Humanidade, consolando e despertando consciências
para o verdadeiro sentido da vida.
A Jesus de Nazareth, Allan Kardec, Gabriel
Delane, Camille Flamarion (e tantos outros continuadores dos esforços do
codificador),
Williams Crookes (representando os cientistas que mergulham em pesquisas
para estudar o imponderável),
Eurípedes Barsanulfo, Chico Xavier (em nome daqueles que praticam a mediunidade com Jesus),
Bezerra de Menezes (como representante dos que praticam a caridade),
Divaldo Pereira Franco (lembrando os divulgadores),
“Seu” Sobreira (grande difusor da Campanha do Quilo),
e outros tantos que atuaram e atuam nas fileiras da Mediunidade, da Assistência e Promoção Social, da Comunicação Social e da Ciência, propagando o Espiritismo e exemplificando o Evangelho de Jesus, a minha eterna gratidão
e sincera reverência.
Um comentário:
Belo texto! ABS.
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