quarta-feira, 29 de novembro de 2006

Noite

Deixo a janela aberta enquanto corre a noite com seu vento frio – livre como o meu pensamento que não tem limites. Livre como a vontade que tenho de ganhar o mundo.

Meu coração carrega o mundo dentro de si. No imo da alma sou como lava inquieta, movendo-se em brasa viva. Tenho ganas de viver e sou afoita feito animal selvagem.

Acordo com os amanheceres. Choro com o pôr-do-sol. Mudo com o ciclo da lua. Ouço os silvos da mata... E, à noite, quando todos dormem, eu ainda vivo – corro bicho.

Tiro do peito meus silêncios. Disponho-os sobre o papel. Exponho-me à liberdade de ser eu mesma, sem medo de me perder.

Para quem me conhece, encanto e assusto feito mata virgem. Para quem nunca me enxergou mais que simples mulher, sou noite - silenciosa e fria - distante.

Um comentário:

Barros de Alencar disse...

Navegando no blog, na tentativa de achar conterrneos, que passei pelas letras, o nome Maria Moura, chamou a atenção pela força, assim como da minha saudosa genitora Estelina.
Não resiste e "entrei para uma breve visita" adorei o que escrevesse, Noite, simppismente lindo, parabéns.
Descupe a "fuçada", sem permição.
Sou
Barros de Alencar

Tudo sou, tudo posso,
Nada quero, nada faço,
Do tudo que sou e do nada que faço,
Crio o tempo e o espaço.

Nele coloco a minha paciência, persistência,
...