terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Tema livre

Hoje eu poderia escrever sobre qualquer coisa, afinal, já acabou o carnaval e as comemorações do frevo – que completou cem anos –, também já passaram. Ficaram para trás a brincadeira das troças, dos blocos, dos desfiles de maracatu e caboclinho, e dos foliões, que encheram de um colorido especial as ruas da capital Pernambucana.

Com suas fantasias engraçadas, subiram e desceram as ladeiras de Olinda e tomaram as ruas antigas do Recife, numa ânsia comum de incorporar a alma desta terra que transpira cultura.

Mas eu poderia falar sobre outros carnavais significativos também, como os da Bahia e do Rio de Janeiro, que têm vida e brilho próprios, e, igualmente, atraem pessoas de todo o mundo, com o ritmo do axé e do samba, respectivamente.

Ou poderia falar do número de mortos e dos acidentes ocorridos, ou fazer um balanço da violência durante esse período, uma vez que é, comumente, um número muito elevado. Ou ainda poderia listar aqui os aditivos mais comuns que levam as pessoas a isso, além do gosto natural pela aventura e da falta de limites de alguns representantes da espécie humana, que sempre respondem com descontrole emocional e violência a toda e qualquer agressão, como se representassem mais o reino animal do que o seu.

Poderia discorrer aqui sobre a dificuldade que o país enfrenta, em alguns lugares mais do que em outros, para retomar o ritmo normal. E do quanto isso atrapalha a vida das pessoas e o andamento das coisas. Mas o carnaval já passou e falar sobre isso agora me agasta, embora saiba que em alguns lugares a festa momesca nem chegou a acontecer.

Então eu poderia falar de como alguns lugares do país, e porque não dizer do mundo, ficam alheios a toda essa farra – que para eles não passa de um tempo para descansar; ou colocar as coisas em dia; ou fazer aqueles reparos na casa; ou é uma oportunidade de rever os amigos, a família, ou de ficar quietinhos, sem fazer nada; só quarando, enquanto os dias passam.

Poderia escrever sobre o quanto foi bom ficar por aqui mesmo neste carnaval, me sentido meio dona da cidade, uma espécie de “rainha do guerreiro” (se é que existe essa personagem no folguedo símbolo dos alagoanos). Dizer que reinei absoluta, adorando ter as ruas, quase desertas, só para eu passar...

Além do mais, tinha esse marzão, de um belíssimo azul turquesa – uh-la-lá! –, todo para mim...

Mas alguém poderia apontar, de imediato, a petulância desta pernambucana que, se aproveitou da ausência dos alagoanos (os que não foram para “fora”, viajaram para as praias do litoral norte e sul do estado) para se apossar da terra alheia, entitulando-se “a rainha da cocada preta”. E, é claro, que eu não quero correr esse risco. Afinal, sempre fui bem acolhida por aqui. Então...

Poderia aproveitar para contar uma dessas histórias de amor que eu invento. Como a que andei criando para espantar o tédio de trabalhar em pleno sábado de Zé Pereira, lá no estacionamento de Jaraguá, enquanto os outros se divertiam ou estavam reunidos em algum lugar bem mais interessante.

Mas também não é época ainda para se falar sobre namorados...

Então, sobre o que escreverei, se estamos nos aprisionando, cada vez mais, às datas do calendário? Será que só nos resta agora, como disse a amiga ao discorrer sobre o seu “feriadão”, esperar pela Páscoa? Será que vamos continuar sendo teleguiados pelos apelos comerciais? Férias, Carnaval, Páscoa, Dia das Mães, dos Namorados, e por aí vai.

Olha, quer saber? Falo sobre o que você quiser. Só não me peça para escrever sobre o carnaval, por que esse assunto já está esgotado. Mas agora só na próxima semana, tá? Por que o espaço acabou. Até lá!

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