domingo, 13 de maio de 2007

Despedida

Olha o amigo que se volta mais uma vez e acena antes de seguir, resoluto, o caminho adiante. Lágrimas nos olhos, ensaia ainda um sorriso que, embora triste, ficará pintado na face por alguns minutos para então ir se desfazendo feito aquarela... Criando um outro desenho com as sobras do quadro anterior... No rosto esquálido de quem fica - pálido de solidão e saudade -, desenha-se a desesperança: o peito sangra como o pôr-do-sol. Impotente diante das escolhas alheias, a moça afaga os cabelos longos, negros como a noite, e sorri mais uma vez, olhando a imagem da despedida, que se dissipa com as cores do dia. Por entre lágrimas, balbucia suas últimas palavras com um som que lhe escapa do fundo da alma, como um soluço; quase um gemido: Meu amor... Por que, meu amor?... Por que?...

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