quinta-feira, 31 de maio de 2007

Plenilúnio do outono

Era cedo ainda quando ela saiu, feito sinhazinha, para passear. Com simplicidade, andou sob a vista de todos, em plena luz do dia, braços à mostra, rosto demaquilado, cara de menina, sem aparentar medo ou o pudor natural de ser vista ou de se mostrar.

Deixou para o outro dia o esplendor de estrelar mais um show lunar – redondo foco de luz em noturno palco para onde se voltarão todas as atenções dos fãs.

Mas mesmo que quisesse não conseguiria passar despercebida: como fosse um imã translúcido, atraiu todos os olhares vespertinos para si, achando a maior graça...

E foi então que assim ganhou, no outro dia, o céu de estrelas salpicado em belíssimo traje de gala, esbanjando beleza e fazendo suspirar os corações enamorados.

Foi então que percebi o quanto era bela e múltipla a lua, em seu passeio cíclico, refletindo a intensa luz solar.

Foi então que tive a ousadia de lhe beijar a testa, pegar na sua mão e seguir consigo, brincando de ser feliz no primeiro plenilúnio do outono.

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