terça-feira, 17 de julho de 2007

Vivendo e aprendendo

Quem quiser que pense que criança é só um pedacinho de gente, frágil e tolo, que vive em um mundo à parte, cheio de fantasias e sonhos irrealizáveis. As crianças de hoje botam muita gente no chinelo, em matéria de conhecimento e inteligência. Além daquelas que dão show de sabedoria e responsabilidade.

Há quem diga que isso é por causa dos avanços tecnológicos (tem criança que já nasce craque em informática!), que estimulam a inteligência desde cedo, além de toda uma carga genética “selecionada”, somada aos dotes intelectuais dos pais ou dos avós, gerando seres super inteligentes.

Mas há quem arrisque uma teoria mais espiritualista, relativa à evolução dos seres, que estão sempre se reciclando em novas experiências de vida (encarnações, se preferir) e, por conseqüência, muitos infantes apresentam sinais de conhecimento ou maturidade prévios logo nos primeiros anos.

Baseado nisso, advertem para a necessidade de uma educação moral desde a mais tenra idade, aparando as arestas daqueles que revelam tendências egoístas, orgulhosas ou preconceituosas, por exemplo. Compreende-se que é nos primeiros sete anos de vida que os pais devem incutir nas crianças os valores morais e éticos que vão moldar o caráter do adulto que o filho se tornará no futuro.

Porque nessa fase o Ser é como o barro mole: fácil de modelar...

Bom, seja lá qual for a sua crença, amigo leitor, o fato é que as nossas crianças não são mais tão bobinhas como as de antigamente. Pois, mesmo cultivando a ludicidade própria da idade cronológica que apresentam, os pequenos têm demonstrado vezes sem conta que estão atentos a tudo que acontece no mundo dos adultos.

Portanto, quanto mais os estimularmos para a construção de um universo cognitivo mais rico, dentro de valores verdadeiramente éticos e cristãos, mais cedo teremos respostas positivas, como jovens equilibrados e participativos nas mais diversas áreas de atuação, contribuindo para uma sociedade mais justa, mais humana e mais espiritualizada.

Reza a psicologia moderna que os indivíduos se destacam pela sua ‘inteligência emocional’ – aquela que consiste em saber usar todo conhecimento que temos para melhor lidarmos com as nossas emoções. E os profissionais dessa área são enfáticos em dizer que nos dias de hoje, isso é fundamental.

Como a pequena Jade, de dois anos e meio, que, segundo os relatos da professora, ao enfrentar o desafio da primeira semana na escola, repetia para si mesma, de quando em quando, as palavras que ouvira da mãe logo cedo, ao deixá-la na salinha: Não precisa chorar! A mamãe chega já.

Se os pais se dessem conta do poder que têm nas mãos... Quanta coisa seria diferente! Quantos desmandos e equívocos a nossa sociedade já não assistiria mais! Quantos desequilíbrios seriam banidos do comportamento humano! E tudo isso apenas com o poder da educação doméstica.

Como descobriu, outro dia, a mãe de Carlinhos e Amanda que, ao ver o filho de seis anos batendo na irmãzinha de dois, chamou-o para conversar, enquanto a pequena observava atentamente, enxugando as lágrimas.

- Meu filho! Em mulher não se bate! O homem e a mulher devem se tratar com carinho e respeito; nunca com agressão.

E chamando a atenção dele para sua estrutura física, que era naturalmente mais forte e maior do que a da irmãzinha, concluiu: Homem não bate em mulher!

Em outro momento, acreditando que uma única conversa teria sido o bastante para educar o filho, a mãe descobriu que havia mesmo era ensinado a menorzinha a reivindicar os seus direitos.

Ao ver o irmão partir para cima dela mais uma vez, Amanda não contou estória, correu para o lado da mãe e foi logo dizendo, em alto e bom tom: Tá vendo, mainha, Cacá batendo mulé eu!

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