domingo, 16 de dezembro de 2007

Como chocolate

Escrevo, é claro, para dizer que estou aqui, que não desisti daquele velho sonho de querer ser feliz. Escrevo por que sinto saudade; uma saudade roxa de compartilhar sei lá o quê. Escrevo... E o faço por que não tem outro jeito; porque me sinto responsável pelo poema do dia; porque preciso rabiscar alguma coisa qualquer para me sentir livre; porque cultivo esse hábito tolo de escancarar sorrisos a quem me bate à porta... Escrevo e pronto! Escrevo por que gosto apenas e por que tenho certeza de que estás aí. Aliás, escrevo por que sei da tua espera, como um compromisso, e é ela que me dá esperança também: que me faz existir... É ela que me faz vir aqui e dividir contigo o que tenho de novo. Ou de velho mesmo, como um velho presente. Como se fosse uma barra de chocolate que vou dividir, carinhosamente, com os meus. Porque lembro que esse doce induz a produção de endorfina e acho isso muito legal. Porque o meu prazer é provocar prazer em ti, como uma troca. Mas, talvez, tudo o que eu faça seja, simplesmente, o meu dever; nada mais. Afinal, como diz o poeta, a vida é o que acontece enquanto estamos distraídos. E hoje eu te confesso que, como quem leva um tombo, a minha única preocupação é me manter acordada.

Nenhum comentário: