domingo, 26 de setembro de 2010

Pequeno poema didático

(foto: Yvette Moura)

Para pontuar este domingo, que rápido escapa aos meus sentidos, evoco a presença imortal de Quintana, lembrando que a todo tempo se morre, como se fora a vida uma doce despedida, mas apenas os tolos se despedem para sempre porque os afetos nunca desfalecem e ainda persistem na vida além desta vida. Leiamos:

"O tempo é indivisível. Dize,
Qual o sentido do calendário?
Tombam as folhas e fica a árvore,
Contra o vento incerto e vário.

A vida é indivisível. Mesmo
A que se julga mais dispersa
E pertence a um eterno diálogo
A mais inconsequente conversa.

Todos os poemas são um mesmo poema,
Todos os porres são o mesmo porre,
Não é de uma vez que se morre...
Todas as horas são horas extremas!"

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