- Dona Maria! Dona Maria! Insistia a menina, a alguns metros de distância, enquanto eu fotografava os estragos remanescentes da enchente de junho, no município de Rio Largo, na Grande Maceió, Alagoas. Baixei a câmera e perguntei o que ela queria.
- Tira uma foto minha! Arriscou, meio envergonhada, olhando para os lados.
Quando ajustei o olho direito no visor da câmera, pronta a atender à sua rogativa, a pequena me surpreendeu com a sua desenvoltura: esticou o corpinho miúdo, descansou as mãos nos quadris e sorriu, fazendo pose, como se fosse uma modelo profissional.
Dei dois cliques e ela se aproximou para ver o resultado. Olhou a imagem capturada na máquina, ajeitou o pirulito para o canto da boca e deu o veredicto: - É, ficou boa.
Sorri e dei meia volta, entrando no carro, que já se encontrava à minha espera. Será que um dia nos viríamos de novo? Pensei. Quem sabe... Só sei que fiquei feliz à bessa com a oportunidade de proporcionar àquela menina, de aproximadamente dez anos, um breve instante de felicidad, e isso dá sentido ao "estar aqui".
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