quarta-feira, 20 de julho de 2011

Tal é a Lei!

Deixo minha filha no colégio e sigo o meu percurso para o trabalho, do Centro a Guaxuma, observando o vaivém das ruas e a movimentação das pessoas já despertas.

Umas vão à escola, outras se dirigem ao emprego, e outras tantas já se encontram na sua labuta diária, contribuindo para que aqueles que ainda estão a caminho possam fazer uso de alguns serviços específicos antes de começarem a laborar.

São o padeiro, o balconista, o frentista, o motorista e o cobrador de ônibus, a dona de casa – que é sempre a última a ir se deitar e a primeira a levantar-se –, assim como as atendentes da panificadora onde tomo o meu café da manhã quando não dá tempo de comer em casa, entre muitos outros profissionais que começam o dia bem cedinho, com o raiar do sol.

À minha direita, um homem de meia idade conduz um caminhão de lixo enquanto dois outros seguem pendurados na traseira do veículo, recolhendo a sujeira acumulada do dia anterior, ora nas lixeiras ora no cantinho das ruas, entre o meio-fio e o asfalto.

Um pouco mais à frente, de bicicleta, um jovem oferece cafezinho a outros valorosos madrugadores, que desde as primeiras horas do dia estão em atividade, dando a impressão de que as cidades metropolitanas nunca adormecem.

Nas marginais e na Orla, muitos se exercitam – alguns acompanhados dos seus cachorrinhos – buscando um estilo de vida mais saudável, enquanto outros apenas travam a luta vã entre o corpo perfeito e a ação degenerativa do tempo...

Mas cada um que observo vai dando ao mundo novo brilho. E eu vou me dando conta da incrível diversidade de ações desenvolvidas pelos seres humanos por aqui.

Definitivamente, vida é movimento. E eu não posso me eximir de comentar, nesta página, o quanto há de divino nisso tudo; o quanto há de Deus em todos nós, pseudo criadores, como um grande maestro regendo a sua orquestra...

Ao que me parece, cada ser é um braço do Criador na Terra, através do qual o Pai da Vida permanece em constante atividade, administrando a própria Criação.

Quanto mais conectados a nós mesmos (não confundir com egocentrismo), às nossas tarefas e ao nosso próximo, mais perto estaremos da nossa verdadeira essência, que é espiritual, e, consequentemente, mais felizes.

O tempo que empregamos nas atividades abraçadas, hoje, a forma como administramos esse tempo e as coisas que elegemos como prioridade para os nossos dias, além das relações estabelecidas com os nossos semelhantes, dizem respeito às conquistas do pretérito, em forma de boas ou más tendências.

O passado, é fato, não se pode mudar. Mas essas mesmas ações são determinantes, como sementes plantadas, para a construção do nosso futuro – colheita obrigatória –, que pode ser ditoso ou não, mais ou menos feliz, por nossa livre escolha.

Na dinâmica da vida, nascemos, morremos e renascemos ainda inúmeras vezes até atingirmos a plenitude. Mas é na convivência humana e na integração entre os seres que nós crescemos e evoluímos sem cessar, desenvolvendo virtudes e nos transformando, indistintamente, em verdadeiros anjos dos céus, uns para com os outros.

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