Se nos perguntassem, hoje, “independência ou morte?”, certamente gritaríamos a mesma resposta dos nossos antepassados. Como eles, talvez, colocaríamos a própria vida em risco na luta pela liberdade, embora isso não nos desse qualquer segurança de que o nosso ideal seria alcançado.
189 anos após o episódio histórico que emancipou politicamente o nosso país da corte portuguesa, e ainda estamos lutando cotidianamente por independência. Se crescemos em alguns aspectos, permanecemos imaturos em outros, mantendo-nos acorrentados a práticas tão antigas quanto imorais.
Em matéria de eleições, por exemplo, somos referência de organização e agilidade com as urnas eletrônicas, mas não conseguimos evitar ainda que políticos inescrupulosos e corruptos voltem ao poder através da compra de votos e dos currais eleitorais.
Pouca diferença há, em verdade, entre os índios, que trocavam as riquezas de suas terras pelas bugigangas dos colonizadores, e os eleitores que se vendem por um saco de cimento, uma promessa de emprego ou uma nota de cinquenta reais.
Homens e mulheres feitos, continuamos agindo de forma irresponsável com coisas tão sérias como o futuro da nação. Esquecemo-nos de que, passadas as “vantagens” imediatas, seremos nós mesmos que iremos arcar com as conseqüências das ações de políticos sem moral e sem limites.
Que direito temos de reclamar dos seus desvios e desmandos, se fomos nós que os elegemos como nossos representantes?
Dependemos da pouca honestidade desses homens e dessas mulheres tanto quanto eles dependem da nossa precariedade e das intempéries climáticas que nos atingem para se elegerem. Por isso a fome não cessa entre os mais carentes, a seca é cíclica para os sertanejos, as enchentes são tragédias recorrentes para os ribeirinhos e as famílias mais numerosas são sempre as menos privilegiadas economicamente.
Os planos assistencialistas dos governos alimentam a sua miséria e os acomoda ao servilismo, logo, por mais que se desenvolva economicamente, o Brasil não consegue se livrar de problemas tão danosos quão corriqueiros...
O que nós temos feito da nossa independência? Como crianças birrentas e voluntariosas, esquecemos que liberdade exige responsabilidade e compromisso; independência também.
De nada vale conquistarmos o poder se não soubermos utilizá-lo pelo bem coletivo. Não adianta preparar as crianças para o desfile da independência se, na escola, não lhes damos lições de civismo e cidadania. Não lograremos construir uma sociedade mais humana, mais justa, se, no lar, não empregamos o amor, a igualdade e a cooperação.
Está na hora de crescer! E os governantes fazerem o seu papel, a sociedade cumprir com o que lhe cabe, as famílias assumirem as suas responsabilidades, e as pessoas – cada indivíduo que compõe esta nação verde e amarela – se esforçarem por mudar esse estado de coisas erradas que se vê por aí; a começar por si.
Um comentário:
O LEMA POSITIVISTA ESTAMPADO NA FLÂMULA BRASILEIRA “ORDEM E PROGRESSO” SIGNIFICA QUE: A ORDEM EMERGIRÁ DAS FORÇAS ARMADAS REPRESSIVAS PARA MANTÊ-LA E O PROGRESSO ADVINDO DA EXPLORAÇÃO DOS TRABALHADORES. O NOSSO GRITO DE LIBERDADE CUSTOU 4 MILHÕES DE LIBRAS ESTERLINAS À INGLATERRA E CONTINUAMOS DEPENDENTES DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS. SOMOS AUTOSUFICIENTES EM CORRUPÇÃO,MAS A ACUMULAMOS PARA NÓS MESMOS, POIS NINGUÉM QUER COMPRÁ-LA… VOTEMOS NULO E ELES CHEGARÃO LÁ SEM O CONSENTIMENTO DA MAIORIA DO “POLVO” SEM PODER!
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