sábado, 7 de julho de 2012

Tarde fria... E quente!


  
Embora os apelos lá de fora, cá dentro um silêncio intrigante engessa as minhas mãos, silenciosas e expectantes. Parados sobre o teclado, os dedos anseiam pelo momento de deitar sobre as letras e dar o impulso desejado, até imprimir uma idéia específica na tela em branco do computador. 

Vivo o conflito entre interagir ou me “distanciar” para escrever a crônica de hoje...
Lá fora, a campainha toca mais uma vez e, pelas vozes, identifico outras duas amigas das meninas que chegam, acorrendo ao animado encontro marcado na véspera. A alegria delas me anima, e aquece o nosso lar nesta tarde fria. Mas também me desconcentra...

Como se nada tivesse a dizer, eu me calo temporariamente, e espero acostumarem os sentidos ao ruído ambiente, até conseguir, finalmente, elaborar uma idéia mais consistente e discorrer sobre ela.

Alheias ao drama vivido entre as quatro paredes do meu quarto, seis adolescentes curtem as férias conversando alegremente, na sala de estar. Como “gente grande”, bebericam o café que eu fiz a pouco “para esquentar”, comem fatias de bolo caseiro e sorriem solto, falando ao mesmo tempo sobre diversos assuntos [adoro isso!].

Fechada a porta, vem-me à mente um trecho de uma mensagem do Evangelho Segundo o Espiritismo (cap. XVII, item 10), que contextualiza a minha satisfação por ver as filhas receberem as suas melhores amigas em nossa casa: 

“Aquele, pois, que se isola, priva-se voluntariamente do mais poderoso meio de perfeição; não tendo que pensar senão em si, sua vida é a de um egoísta”.

Como é bom ter amigos. São momentos descontraídos como esse que irão lhes permitir conhecer uma à outra com mais profundidade, e descobrir as suas preferências, além das tendências que trazem desde o berço, como verdadeiros sinais indicativos dos seus valores e das suas personalidades.

Nos momentos difíceis, além da mãe e do pai, certamente elas poderão contar com o auxílio daquelas com quem mais se afinem. E pedir conselhos, compartir os seus dramas, chorar as suas dores, contribuirão, certamente, para o fortalecimento das parcerias iniciadas em dias mais felizes.

“O homem que vivesse só, não teria caridade a exercer; não é senão no contato com os semelhantes, nas lutas mais penosas, que disso encontra ocasião”, continua a mensagem me remetendo a uma das frases que “coleciono”, proferida por um amigo muito querido, que há muito não vejo.

“Eu só conheço o que existe de bom em mim por causa de você”, disse Narciso, arrancando lágrimas dos meus olhos, para pontuar a relação de parceria e auxílio mútuo que estávamos construindo, anos atrás.

Atualmente morando em outro Estado, só de lembrar os momentos compartilhados com o referido amigo o meu coração se aquece e eu me sinto gratificada por tê-lo, um dia, conhecido.  Tenho certeza de que, nas situações mais inesperadas da sua nova vida, a minha lembrança também há de lhe assomar à mente, em algum instante, trazendo intraduzível satisfação.

Contudo, não sou ingênua: sei que amizade é convivência mesmo. Mas, tudo que é construído sobre as bases da cooperação e do respeito mútuos tende a se perpetuar no tempo.

@para Jade, Maya, Manu, Clarissa, Tamires eTainá.

4 comentários:

Thayná disse...

Já adorei o título, só pra começar. Muito fofo! Perto do que você escreve, a gente fica sem palavras pra descrever o texto. Adorei a homenagem!

Manuela disse...

Que lindo! E sabe onde está a beleza? Na SINCERIDADE das palavras! E só pode escrever tão bem assim, pessoas sensiveis e sábias! :)

Yvette Maria Moura. disse...

meninas,
ter vcs em nossa casa é sempre um prazer.
Saibam conservar essa amizade e a alegria genuina desses encontros, pois, mesmo que as suas vidas tomem rumos diferentes, terão sempre corações amigos nos quais poderão repousar as suas almas cansadas, se um dia vierem a precisar.
um beijo beeeemmm grande nessas bochechas!

Yvette Maria Moura. disse...

meninas,
ter vcs em nossa casa é sempre um prazer.
Saibam conservar essa amizade e a alegria genuina desses encontros, pois, mesmo que as suas vidas tomem rumos diferentes, terão sempre corações amigos nos quais poderão repousar as suas almas cansadas, se um dia vierem a precisar.
um beijo beeeemmm grande nessas bochechas!