quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Os direitos dos homens


Falava sobre os direitos humanos e as leis fundamentais, que regem os países de acordo com a cultura e as necessidades específicas de cada povo, inscritas em cada Constituição, quando foi interpelado por um de seus alunos.

Mas antes de lhe passar a palavra, o professor completou o raciocínio dizendo que, diferentemente daquelas – que são formuladas e escritas pela inteligência humana –, os “direitos dos homens” são comuns a todos os seres sem jamais terem sido assinalados juridicamente, sendo compreendidos paulatinamente pelos próprios homens, com o avançar do tempo e a chegada da maturidade.

- Senhor – falou respeitoso Alessandro Lima –, há um pesquisador francês que assevera estarem esculpidas em nossas consciências as leis divinas, ou seja, as leis universais que regem os homens. São esses os direitos aos quais o senhor se refere nesse terceiro caso?

- Perfeitamente. Respondeu o professor do curso de Direito, impressionado, querendo saber um pouco mais sobre o referido pensador e as idéias propaladas por ele.

Meu amigo então lhe explicou que, desde 1857, o Livro dos Espíritos, constituído por ensinamentos compilados por Allan Kardec, apresenta à humanidade as Leis Morais, “Lei Divina ou Natural”, como sendo esse “regimento interno” com que são dotados homens e mulheres.

Pois é, independente da crença, as leis divinas indicam ao Homem o que deve ou não fazer a fim de progredir e alcançar a plenitude.

Mesmo dividindo-as em lei de adoração, do trabalho, da reprodução, da conservação, da destruição, da sociedade, do progresso, da igualdade, da liberdade e, por fim, de justiça, de amor e de caridade, como fez o codificador na obra basilar do Espiritismo para melhor entendimento do leitor, a Lei Natural é eterna e imutável como o próprio Criador.

Segundo o Espiritismo, o homem de bem pratica a lei de justiça, de amor e de caridade; tem fé em Deus e no futuro; faz o bem desinteressadamente; pensa nos outros antes de em si mesmo; respeita as convicções alheias; não tem ódio nem alimenta rancor ou desejo de vingança contra quem quer que seja; é indulgente para com as fraquezas do outro; pratica o autoconhecimento; esforça-se por se aprimorar dia a dia; usa, sem abuso, os bens que recebe por aqui...

Em outras palavras, respeita no semelhante todos os direitos prescritos pela Lei Natural.
Kardec ressalta, no Evangelho Segundo o Espiritismo, que todo aquele que se esforce para possuir essas qualidades (que ainda não são todas as características do “homem de bem”), já está no caminho que conduz a todas as outras.

Para começar, que tal fazermos, cada um, o deverzinho de casa?

Afinal, como afirma Lázaro, na obra supracitada, o dever está nas menores como nas grandes ações; “é a obrigação moral, diante de si mesmo primeiro, e dos outros em seguida”; ele começa no ponto em que ameaçamos a paz alheia, e termina no limite em que não queremos ver ultrapassado com relação a nós.

Numa auto-análise, sempre é oportuno investigar: será que estou cumprindo direitinho o meu dever?

Um comentário:

CFarias disse...

É isto aí amiga! Parabéns por suas assertivas na hora certa.
Como já te falei, escreve um livro com todo este acervo que já dispões. Acredite, serei a primeira a comprá-lo.
Beijos, muita paz! E continua essa menina mulher e grandiosa pensadora-escritora.
Conceição Farias