quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Mudando de conversa


Como bem concluiu Cícera, quando me viu distraída, quase esquecendo de deixá-la no ponto combinado da “carona”, nossa mente é ligeira e voluntariosa: “De repente, ela muda de conversa”!

Como uma antena de alta potência, a todo instante estamos bombardeando e sendo bombardeados pelo pensamento, interferindo e recebendo interferências mentais de variados estados e frequências.

Ora são lembranças que assomam do subconsciente, emergindo de um passado distante ou recente, ora velhos hábitos querendo voltar: o “Homem Velho” dos textos evangélicos insistindo por ditar as regras do ‘agora’.

Assim como inimigos de velhas “batalhas” cobrando contas que deixamos ‘em aberto’; e as ditas “amizades” convidando-nos a velhas, e equivocadas, práticas.

Também o que captamos da psicosfera* a todo instante, no entrechoque invisível de mensagens subliminares, de fora para dentro e de dentro para fora; assim como as nossas preocupações, frustrações, desejos, ilusões...

Mas também as lições edificantes da infância e o código divino inscrito em nossa consciência, alertando-nos sobre as decisões, ou atitudes, que estamos prestes a tomar; o bom combate estabelecido interiormente, colocando em ‘xeque’ o mal que ainda nos apraz; as boas sugestões dos amigos espirituais; sentimentos de fé e esperança da coletividade cristã...

Um emaranhado de pensamentos e interesses nos visitam, e são emitidos por nós a todo instante, dentro e fora dos limites do tempo e do espaço, através deste sofisticado instrumento de última geração – emissor, receptor, transmissor, repetidor, transformador e criador (tem mais?) –, chamado ‘mente’.

Quando estamos insulados na carne, atua no cérebro; desencarnados, expressa-se pelo períspirito numa mecânica tão aquém da nossa compreensão que nos limitamos a fazer conjecturas e tecer conceitos débeis e infantis para tentar explicar um pouco do grande poder da mente.

Mas de tudo isso, o que mais importa, de fato, é saber o que fazer com tanto poder dentro da gente. Esta força que tanto pode nos erguer e colocar de volta à marcha, quanto fazer despencar aos mais tenebrosos infernos.

Há que ter cuidado, então, com as potências da alma. E trazer sempre à mão as rédeas desse poderoso instrumento para que nenhuma interferência, especialmente de natureza deletéria e doentia, tenha mais poder sobre a nossa vontade do que nós outros.

Há que criar hábitos higienizadores da mente e limpá-la com frequência, com a boa leitura, a meditação e a prece, antes que pensamentos perturbadores se instalem, sorrateiros, gerando desordem e desequilíbrio em nosso psiquismo.

Porque, como alertam os amigos espirituais, o mal não consiste em sermos visitados pelas ideias más, mas em darmos guarida a elas na mente. Cultivar pensamentos salutares e conversas positivas e de conteúdo edificante são imprescindíveis para a saúde integral.

Assim como a antiga proposta do ‘conhece-te a ti mesmo’ e do exercício contínuo de ‘amar ao próximo como a si mesmo’ devem ser cultivados diariamente, como capsulas de profilaxia contra a distração e a invigilância, que nos deixam à mercê de invasões mentais ou pequenos desvarios pessoais, sobre este ou aquele assunto, que podem gerar consequências funestas.

Dirigir o carro da mente nos dias atuais, requer mais do que atenção ao condutor hábil. É preciso saber aonde vai; e sintonizar a mente nas frequências mais altas. Porque estamos num momento de muitos convites e inúmeras distrações.

*Psicosfera é um termo usado pelo Espírito André Luís, para designar um campo de emanações eletromagnéticas que envolvem o ser humano, individual e coletivamente, formando uma espécie de meio ambiente espiritual.

@Texto publicado no site www.nossolar-al.org.br

Um comentário:

Anônimo disse...

Grande verdade.

Zaney Gonsalves