terça-feira, 28 de agosto de 2007

Pela vida, sempre!

Das muitas situações que vivi até aqui, o momento mais sublime que já presenciei foi a chegada da vida. Mãe de duas meninas, posso dizer que me sinto plenamente realizada e feliz com a experiência da maternidade. Também tive a oportunidade ímpar de trazer à luz com minhas próprias mãos um recém nascido. E nas três vezes em que vi a vida de frente, chorei emocionada pela grandiosidade do momento.

De forma que sempre me escandaliza a morte provocada pelo gesto tresloucado de uma futura mãe. Para mim, não há argumento que justifique o ato do aborto. Também não há defesa melhor elaborada que descaracterize o crime. Nada que o faça parecer menos violento ou indigno. Aliás, quem quer que já tenha assistido a uma experiência dessas, ainda que por vídeo, não pode concordar com tamanha hediondez.

Isso sem falar nos efeitos psíquicos e espirituais que um ato impensado desses provoca em quem o pratica. Por mais argumentos que apresente, a própria consciência um dia lhe cobrará o crime cometido. E a perturbação decorrente disso é apenas um dos indicativos de tamanha infração contra o primeiro e maior dom de Deus: o dom da vida.

No entanto, à medida que avança em seu processo evolutivo e a natureza lhe cobra o ressarcimento do débito adquirido, a consciência culpada roga aos céus uma nova oportunidade para minimizar o erro. E responsabilizar-se por um menor, adotar uma criança, são meios de se “dar a outra face”, pois, como disse Jesus, o amor cobre uma multidão de pecados.

Mas quando são reincidentes, insistindo no comportamento delinqüente, as pessoas comprometidas com o aborto, seja por ação, omissão ou aconselhamento, sofrerão os dissabores do destino escolhido. Pois nenhuma infração às leis de Deus ficará impune – é o que ensinam os Espíritos Superiores.

E as portas sempre se abrem quando lutamos, à serviço do Bem, pela vida...

Recordo-me de uma amiga que, engravidando de um relacionamento passageiro, com medo da reação dos pais, viu-se inclinada a praticar o aborto. Os amigos concordaram, mas inúmeras foram as horas que passei com ela tentando mudar aquela disposição psíquica. Vencido o medo, Deborah se deixou envolver pelo instinto maternal e enfrentou todas as dificuldades que vieram nesse período como uma guerreira. E não foram poucas!

Ano passado, reencontrei essa amiga pelo Orkut, e qual não foi a minha surpresa ao ver em seu álbum a fotografia da criaturinha indefesa por cuja vida lutei: um menino lindo, esbanjando alegria e saúde, fotografado em seus catorze anos (2005) por uma mãe cuja felicidade e “corujice” eram amplamente reveladas na legenda. As lágrimas me vieram aos olhos e uma certeza se firmou em minha alma: não há felicidade maior do que patrocinar a vida!

Não é a toa que a mulher que eu chamava de “minha vozinha” era tão amada na cidade de Coelho Neto. Cearense de nascimento, a bisavó de minhas filhas chegou ao interior maranhense ainda adolescente. Em cima de um burro, vinha em busca de uma vida melhor na companhia dos pais. Lá, casou-se, constituiu família, e trouxe à luz, ainda, muitos outros filhos de Deus: era a parteira da cidade.

Quando morreu, aos oitenta anos, teve o seu cortejo acompanhado por centenas de pessoas, mas um fato saltava aos olhos dos presentes: o grande número de crianças e jovens que vieram se despedir de “Mãe Véia”, como era carinhosamente conhecida.

Como ela, inúmeras pessoas abraçam a causa da vida. E por isso, só por isso, são muito amadas, aqui e no Além. Como as famílias que acolhem os filhos de outras mães: filhos da orfandade, do abandono, da violência: filhos da imprudência e da falta de amor dos próprios genitores. Atendendo, assim, ao apelo divino para que nos amemos uns aos outros.

2 comentários:

Anônimo disse...

Etinha

Voce é especial, adorei cada palavra.

Quando li sobre a mae veia, senti vontade de chorar.

Deus te ilumine sempre

Sua irmã Simone

Yvette Maria Moura. disse...

eu que agradeço a Deus, Simon! por ter convivido com ela...
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beijo.