terça-feira, 3 de junho de 2008

Convivendo com as novidades

Felizes eram as minhas tardes, noites e madrugadas com o mensageiro alardeando aos quatro cantos da casa a passagem do vento.

Primeiro foi aquele calor absurdo, que veio não sei bem de onde, mas, com toda certeza, tinha um pé no afamado “efeito estufa”. Coisa que nunca existiu na nossa casa, já que o apartamento é nascente, vivíamos esbaforidas com tanta quentura. A porta escancarada, era um abafado esquisito na altura da nuca que mais parecia uma baforada de ar quente vindo direto das entranhas da terra.

Fiquei impressionada com a mudança brusca da posição do vento e confesso que até estava um pouco enciumada com os vizinhos poentes, porque nunca me foi necessário – ao contrário deles – escancarar a porta da sala para que a brisa corresse solta pela casa, sem qualquer cerimônia, como uma criança feliz.

Aliás, felizes eram as minhas tardes, noites e madrugadas com o mensageiro alardeando aos quatro cantos da casa, a balanços e gritos altos, saldando com seu canto ancestral, a passagem do vento.

Mudados os tempos, foram de três a cinco semanas de agonia. Mas, como tudo passa, também o abafado infeliz agora é passado. Tanto que eu nem me lembrava direito do sufoco que passamos naqueles dias. Também pudera! Mal o tempo esfriou um pouquinho e as chuvas começaram a dar notícia que uma nova situação incômoda iria se instalar em nosso Lar.

O clima mais ameno, estamos sendo atacadas agora – três pobres mocinhas indefesas – por um bando de muriçocas esfomeadas, que nos deixam em pavorosa toda vez que o sol vai se bandeando para os lados do Oriente e a noite vai caindo apressada, nos pegando desprevenidas, sem repelente ou mosquiteiro.

É um Deus nos acuda, pode acreditar!

Eles estão por toda parte! Com a chuva, deixaram o seu habitat natural e foram se instalar dentro das casas. Escondem-se nos banheiros, na cozinha, na área de serviço, na sala de estar, embaixo da mesa, por trás dos móveis e, especialmente, dentro dos quartos – onde adoram aguardar o momento ideal para se mostrarem.

Espertinhos, despertam, quase sempre, na hora que vamos nos recolher. Aí é que se sentem donos da situação, tomam conta da casa e mandam ver... Mas é também nesta hora que fica mais evidente a completa incompatibilidade desses insetos com os seres humanos. Lá em casa, por exemplo, o espaço ficou pequeno demais para convivermos todos juntos: eu, Jade, Maya, o Ping e eles.

Magrelos, os pernilongos, borrachudos, mosquitos, muriçocas – ou seja lá qual for o nome que se dê a eles –, são insetos miúdos, mas, paradoxalmente, muito espaçosos. Sua presença é incomoda e o menor contato deles, mesmo que de leve, provoca coceira, dor e irritação. Pelo menos em mim, que sou alérgica e fico com a pele toda encalombada no lugar que é atingida.

Quem é que suporta aquela dorzinha fina e incômoda, que eles tão bem sabem produzir com as suas picaduras? Quando cantam no nosso pé-de-ouvido, então, é um desatropelo! Não há Cristão, por mais espiritualizado que seja, que consiga suportar uma coisa dessas: é insônia na certa!

Nos últimos dias, depois que apareceram essas novidades lá em casa (antes não era assim!), nem eu nem Maya, ou Jade, estamos conseguindo dormir direito. Até o Ping anda meio inquieto e eu não me admiro nada se o desassossego do nosso mascote estiver sendo causado pela presença deles.

Mas se, em sua casa, esses picadores de plantão desaparecem no inverno e só ficam os besouros, as mariposas, as borboletas ou os mosquitos, é melhor não descuidar, afinal, vivemos sob a constante ameaça da Dengue e todo cuidado é pouco.

Sabe aquela farda listradinha dos bandidos das estórias em quadrinhos, ao estilo dos irmãos Metralha? Pois bem, o Aedes usa uma igualzinha. Mas como, de longe, todo mundo é mui amigo, não dá para esperar ser picado para depois saber qual foi o pernilongo que nos picou, não é? Então aceita a minha dica: Aedes ou não, é melhor prevenir!

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