sábado, 13 de agosto de 2011

Platônico



Fechados, os olhos se apertam ainda mais com os apelos da filha:
- Mãe, tá na hora!
Involuntariamente, lembra-se dos primeiros anos na escola, como se vivesse um sonho...
- Escrevam um bilhetinho para alguém que vocês gostam muito. Diz a professora para a turma expectante.
Olha para o caderno aberto - o desafio da folha em branco -, ajeita o lápis entre os dedos, certifica-se da borracha no topo, e arrisca:

“Querida cama,
Já estou com saudade.
Quando nos veremos de novo?
Te amo!”

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