sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Manifesto



Hoje eu digo NÃO!

Hoje, eu queria dizer que acredito nas pessoas e no potencial divino que existe em cada uma delas. Comandantes e comandados, todos somos feitos da mesma argamassa que ascende aos céus após a experiência terrena, e a ela retorna, vezes sem conta, no processo contínuo de modelagem do espírito 

– da animalidade à angelitude, indistinta e invariavelmente.

O que fica por aqui, inerte e sem vida, é apenas uma veste rota, apropriada ao mundo das formas, passageira e mecânica sem a mente que a dirige; nada mais. Quer acreditemos ou não, somos mais que isso; isto é fato.

Hoje, eu queria lembrar que a morte não transforma ninguém em santo. Assim como a vida não aprisiona quem quer que seja num único papel. Com o despertar da consciência, ao correr dos anos, todos iremos transformando a nós mesmos, mais cedo ou mais tarde

 – da ignorância, que favorece ao mal, à sabedoria, que serve aos propósitos do Alto.

Hoje, eu queria cantar a alegria da vida e o prazer inenarrável de estar aqui, neste exato momento da história, em que testemunhamos tanto avanço na ciência, na tecnologia, na comunicação...

Queria dizer que é muito gratificante participar da construção desse novo mundo, que já começa a ser erguido. Queria abraçar meus irmãos e dizer que estamos juntos, coletivamente, para o que der e vier.

Hoje eu queria frisar que o trabalho é a salvação do homem, mais do que qualquer outra coisa, pois fortalece a sua auto-estima, desperta-lhe o desejo de ser mais e melhor, desenvolve o seu senso de compromisso e de responsabilidade, entre outros benefícios que traz.

Queria dizer que além de uma necessidade básica, para manter a família e se sustentar dignamente, trabalhar é uma verdadeira terapia para a criatura humana, uma lei que favorece o progresso, e o remédio que nos livra de outros tantos males, como a ociosidade, a maledicência, a irresponsabilidade, a indiferença...

Mas, hoje, mesmo que quisesse fazer diferente, penso que não conseguiria dizer nada além do que já comparti aqui. Apesar de continuar acreditando nos valores imorredouros da alma, e em tudo mais que afirmei nas linhas acima relacionadas 

– confiante na capacidade dignificadora do Homem, convicta da regeneração efetiva dos seres, determinada a vencer os desafios da sobrevivência com a força produtiva do trabalho e consciente das desigualdades que ainda existem entre nós –, 

tudo o que eu disser agora será apenas o meu manifesto, minha indignação...

Porque, hoje, o que eu quero mesmo é dizer NÃO!

Não à relação desleal e viciosa que estabelece oprimido e opressor. Não à falta de compromisso com a pessoa humana. Não à falta de respeito para com as dores alheias (é cada um por si!)...

Hoje eu digo não! Para o abraço que apunha-la pelas costas; a mão que cumprimenta, mas aponta na primeira oportunidade; as palavras amenas, que escapam facilmente pelos lábios, mas escondem entre os dentes o desprezo e a indiferença...

Eu digo não aos usurpadores da inteligência! Aos que roubam nossas horas, ameaçam nossa paz, assaltam nossos sonhos, lesam nossa dignidade... Hoje eu digo NÃO.

5 comentários:

Láyra Santa Rosa disse...

Minha amiga querida, muitooo bom seu manifesto. Que ele sirva para abrir os olhos de todos que cegam na ignorância... Beijos grande!!!

Anônimo disse...

gostei...

Tony Câmara.

Léo Caju disse...

Demais. Vc certamente não está só. Tenho visto essa atitude até em amigos por perto. Talvez um sinal que o mundo começe a despertar completamente Já!

Obrigado.

Léo Caju disse...

Grande abraço!

Meuzent Galvão disse...

Essa análise de nossa postura perante a opressão sutil que nos afeta, me faz refletir sobre as falsas oportunidades que nos rodeiam e encantam na intenção de comprar nossas almas em prol de um bem estar individual e não coletivo. O importante é ficar vigilante e não se deixar levar pelos encantos.