quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O primeiro dos próximos vinte anos...

(foto: Anselmo Neves de Moura)

Até a maturidade, há uma longa jornada a ser percorrida. Mas muitas criaturas na Terra, mesmo após uma vida inteira de experiências, não logram atingir esse fim e saem da “escola” praticamente com a mesma mentalidade com que chegam.

Uma vez matriculados, as aulas irão se somando dia a dia e inúmeros serão os professores que teremos nesse avançado processo de educação do espírito. Mas periodicamente seremos chamados às provas, sem exceção, a fim de avaliarmos o nosso aproveitamento ante as lições recebidas.

O ideal é que os anos marquem não só os nossos corpos, mas também as nossas almas; que imprimam mudanças profundas, não só quanto ao entendimento e à maneira de nos comportar, mas, especialmente, nos valores cultuados e no campo das nossas ações.

Então as dores cortarão o excesso de ilusão e fantasia com que acalentamos os nossos desejos e sonhos, como implacáveis instrumentos da Lei de Ação e Reação; as frustrações abrirão janelas para a realidade; e as dificuldades serão setas valiosas a apontar o sofrimento e as carências alheias como portais de catarse e libertação: a alegria de viver está diretamente relacionada à ação no bem.

Ensinamentos ininterruptos que o aluno mais atento vai saber aproveitar se considerar espírito e matéria como instrumentos a serem burilados; vivência e conhecimento como meios edificadores do ser; e o lar e a escola como os ambientes mais adequados para tal.

Esta semana, dois eventos familiares me emocionaram às lágrimas, levando-me à essa reflexão: o e-mail de Anselmo com as fotos do primeiro dia de aula do “rapinha de tacho” da nossa família, Gabriel, e a resposta de Tarcísio ao e-mail recebido.

Meu irmão e meu cunhado falaram de coisas complementares – que se relacionam com a nossa passagem por este maravilhoso planeta/escola –, através do evento histórico do meu sobrinho, chamado pelo pai de “o primeiro dia dos próximos 20 anos”.

Mochila nas costas, lancheira nas mãos e vestido na fardinha da escola, as fotografias mostravam um menino sorridente (por trás da chupeta azul), revelando a extrema satisfação de dar mais um passo no seu processo de aprendizado multimilenar. 

O que inspirou Tarcísio a responder com profundidade filosófica, deixando transparecer os raios da maturidade que começa a lhe desabrochar no íntimo juntamente com o branquear dos cabelos.

Anselmo, saúde – inicia, ajustando as palavras. Que a escola complemente a formação de um cara preparado para vida. Que amigos o cerquem com boas lições e que aceitem sua liderança nata. Que seja homem forte e que não tenha medo de perguntar, pois as perguntas são dos atos mais inteligentes do ser humano. Que aprenda e repasse suas experiências, que se apaixone pelos seus mestres e valorize o conhecimento. E finalmente que jamais se esqueça da oportunidade que foi dada por Deus e pelos seus pais de poder estudar”.

Nascido no ano em que o irmão mais novo completou vinte anos, Gabriel certamente traz uma missão especial a desenvolver por aqui. 

E eu não tenho dúvida de que o desvelo de seus pais, o amor dos irmãos e a orientação dos mestres que adotar a partir de agora serão fundamentais para que seja vitorioso nos desígnios divinos para si.

@para todos os Neves de Moura e os Borba Ferreira Gomes
como um abraço...

Um comentário:

Jade Neves disse...

Lindo texto! Estamos todos ansiosos para saber como foi o primeiro dia de aula de Gabriel! (: Beijos